Ainda existe, apesar de toda literatura atualmente disponível, certa falta de informação e/ou confusão quando o tema é a Doutrina Espírita. Para melhor entendermos esses conceitos, precisamos primeiro conhecer Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita.
E o que significa Codificar uma Doutrina?
Codificar significa reunir, agrupar em um único lugar os conhecimentos relacionados a certo tema. Kardec não criou a Doutrina Espírita, mas, por assim dizer, organizou o ensinamento recebido dos Espíritos em diversos livros. Os principais, aqueles que compõem o Pentateuco da Doutrina Espírita são “O Livro dos Espíritos”, “O Evangelho Segundo O Espiritismo”, “O Livro dos Médiuns”, “A Gênese” e “O Céu e o Inferno”. Há ainda outros livros relacionados ao tema, com destaque para “A Revista Espírita”, mas os principais são esses que compõem o chamado Pentateuco. Se você quer se informar mais sobre a Doutrina Espírita, deve ler e estudar, no mínimo esses cinco livros.
Por que Allan Kardec atribuiu o nome de Doutrina Espírita?
A Doutrina é dos Espíritos. E isso porque foi revelada por eles, a muitos médiuns, em inúmeros lugares, simultaneamente:
"(...) a Doutrina dos Espíritos não é de concepção humana. Foi ditada pelas próprias inteligências que se manifestam, quando ninguém disso cogitava, quando até a opinião geral a repelia. (...) Perguntamos ainda mais: por que estranha coincidência milhares de médiuns espalhados por todos os pontos do globo terráqueo, e que jamais se viram, acordaram em dizer a mesma coisa?"
Allan Kardec não aceitava tudo que vinha dos Espíritos - nem recomenda que o façamos -, submetendo seus ensinos ao crivo da razão, aplicando o preceito de Jesus:
"Meus bem-amados, não creiais em qualquer Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (I Jo, 4:1)
Kardec utilizou na Codificação do Espiritismo o "Controle universal do ensino dos Espíritos", conforme se lê em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" item "2 - Autoridade da Doutrina Espírita".
Afirmou ser progressiva a Terceira Revelação, mas publicou - "Revista Espírita", agosto/1861, mensagem "Da influência moral dos médiuns nas comunicações", Espírito Erasto: "Mais vale repelir dez verdades que admitir uma só mentira, uma só teoria falsa." Máxima também repetida em "O Livro dos Médiuns"
Em muitas partes de sua obra, o codificador recomenda-nos submeter a um exame severo as comunicações dos Espíritos, como, por exemplo, nos itens 266 e 267, de "O Livro dos Médiuns".
Desaconselhável, pois, a crença cega no que dizem os mentores. O ideal é estudar mais e buscar respostas nas obras confiáveis, já existentes, transmitidas por médiuns de reconhecida idoneidade.
A Doutrina Espírita não é obra acabada, nem tampouco se encontra sedimentada em verdades absolutas. É uma Doutrina em constante evolução e requer dos seus seguidores e simpatizantes empenho nos estudos e constante atualização.
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