Se somos os únicos responsáveis por tudo o que nos acontece, me impressiona e chega a me causar enorme espanto o fato de que comumente delegamos aos outros a nossa felicidade.
Observe que não é incomum nos depararmos com situações em que colocamos nas mãos dos outros os rumos de nossas vidas e consequentemente de nossa felicidade.
Se evoluir é o lema da vida, me parece que uma das formas de se buscar a evolução é por meio do estudo e do aprendizado constantes.
O que ocorre, no entanto, é que nem sempre, encaramos a vida sob esse ponto de vista.
Sabemos quem foi eliminado do Big Brother na semana passada, mas não sabemos, por exemplo, sequer o nome do prefeito da nossa cidade ou em quem votamos na eleição passada.
Perdemos a capacidade de estabelecer elos entre os diversos temas.
Perdemos a visão global das coisas.
Perdemos a capacidade de nos indignarmos com os absurdos cotidianos.
Obviamente não é possível ser um especialista em cada um dos temas, mas é preciso ter o conhecimento mínimo que possibilite perceber o elo entre as diversas áreas do saber.
Se analisarmos a educação atual, vamos observar que ela é segmentada, que os professores das diversas disciplinas não necessariamente se comunicam e assim não permitem que aluno compreenda claramente o link entre as diversas disciplinas.
Vivemos um momento de total falta de valores do ponto de vista moral e social.
Vivemos juntos fisicamente, porém em tribos claramente separadas. Isso permite nos sentirmos sós em meio à multidão.
Em contrapartida, o mercado de trabalho exige, cada dia mais, uma visão mais holística dos fatos.
Cada dia que passa aquele profissional que é o grande especialista perde mais espaço.
A inteligência emocional é cada dia mais requisitada.
Jan Amos Comenius (1592-1670), professor, cientista e escritor tcheco, já ressaltava a importância do compartilhamento do conhecimento para todos.
Comenius escreveu mais de 300 livros sobre temas relacionados à educação, infelizmente todos eles queimados pelos jesuítas.
Estaria na educação a solução de parte significativa dos nossos problemas?
Precisamos nos preocupar em formar seres humanos capazes de se adaptar às diversas circunstâncias que a vida oferece.
Infelizmente, parte significativa da educação atual até a fase adulta está concentrada na necessidade de se passar no vestibular.
O mercado de trabalho atual não será o mesmo no momento em que as nossas crianças nele ingressarem.
Infelizmente, não nos dispomos a sair dos conceitos pré-formados, os chamados pré-conceitos, para buscar formar novos conceitos.
Em razão de suas atividades profissionais e da busca da sobrevivência, pais não participam mais da vida escolar de seus filhos.
Entendemos que isso é tarefa da escola, dos professores.
A escola tem por função instruir, não educar!
Em adição, o discurso anacrônico da igreja de que a família é o centro de formação das pessoas perde força a cada dia.
Escola, TV e mídia têm, atualmente, mais influência na formação (não educação) das pessoas do que a própria família.
No entanto, quando nos dispomos a discutir esses temas?
Se a empresa X financia a novela das oito, é ela que acaba, em última análise, por educar nossos filhos, dentro dos conceitos que mais a interessam.
Cada vez mais as religiões dogmáticas estão mais distantes da realidade das pessoas.
Vide exemplo das formas de abordar o uso do preservativo por parte do Ministério da Saúde, vis-à-vis as orientações recebidas do Vaticano.
Somos treinados a temer a Deus.
A idéia do pecado está constantemente sendo colocada.
Ora, Deus não pode ser ruim, não pode julgar seus filhos, não pode querer o mal das suas criaturas.
Deus não é uma pessoa sentada em um trono, julgando os seus filhos: bons à direita e ruins à esquerda.
Deus não é de direita nem de esquerda!
Se Deus fez a natureza, é o criador de tudo que conhecemos, então Ele está em tudo.
Precisamos aprender a fazer o bem sem temer alguém.
Isso significa fazer o bem amando alguém.
O amor não é para a nossa salvação.
Não devo amar o meu próximo para ir para o céu.
Isso é, na essência, uma troca.
Devo amar simplesmente por amor.
A consequência?
A nossa evolução pessoal, a nossa felicidade.
Quem já teve a oportunidade de experimentar a felicidade em auxiliar ao próximo entende claramente do que estou falando.
Não se trata aqui de uma troca, de fazer o bem para alcançar a salvação.
Devemos praticar o bem porque estamos conscientes de que este é o caminho a ser seguido, sem nada esperar em troca.
Quando vamos finalmente aprender a expressar uma ideia?
Aprender a refletir sobre o que lemos?
Conseguir ler um manual de forma a operar uma máquina é o que caracteriza um operário em condição de trabalhar.
Somos um dos países com menor nível de mão de obra especializada.
Não sabemos ler; não sabemos interpretar; não sabemos refletir sobre o que lemos e consequentemente colocar em prática o que aprendemos.
A educação deve ser vista como algo para a vida eterna.
Devemos procurar nos educar enquanto um Espírito imortal.
A existência, esta que estamos vivenciando no momento, tem começo, meio e fim. E tem finalidades definidas.
Se, enquanto seres, Espíritos, almas (enfim, o nome mais conveniente ao leitor), somos imortais, então a vida é imortal.
O que nos demove destas ideias?
Diversos fatores: preguiça e comodismo (fazendo-nos delegar aos outros ações que deveriam ser nossas), o nosso orgulho, o nosso egoísmo, a nossa maneira equivocada de interpretar os mais diversos fatos cotidianos.
Evoluímos (um pouco), é verdade.
Porém, em alguns países, ainda enforcamos em praça pública.
Em outros temos os chamados micro-ondas, as chacinas, as ações delinquentes das mais diversas naturezas e as mortes não explicadas.
Utilizamos-nos ainda de métodos muito distantes do amor ensinado por Jesus em nossos atos cotidianos.
Senão vejamos: qual é a nossa reação quando nos deparamos com qualquer ação ou comentário, por menor que seja, que esteja em oposição aos nossos interesses?
Como nos portamos, como reagimos, quando levamos uma fechada no trânsito, quando o motoqueiro quebra o nosso espelhinho?
Como nos comportamos em relação aos temas relacionados aos bens materiais, à nossa autoridade ferida e às finanças?
Com sinceridade, você já parou para pensar que infelizmente damos muito mais importância à perecível matéria do que ao imperecível eu?
Sim, sua essência é imperecível, é nela que você deveria pensar, se preocupar.
Então vamos abandonar tudo, doar todos os nossos bens conquistados à custa do nosso trabalho, doar àqueles que têm menos do que nós e nos transformarmos em um peso à Sociedade?
Não, essa não é a minha sugestão.
Na minha humilde opinião, não há sucesso sem...
- Equilíbro pessoal e paz de espírito;
- Um bom clima e felicidade em casa;
- Um bom ambiente no trabalho;
- Condições financeiras que permitam a subsistência (não o supérfluo);
- Condições boas de saúde;
- Uma clara definição dos seus objetivos de vida;
- Sentir-se realizado pessoal e profissionalmente.
Aprendamos, então, a controlar as nossas tendências negativas, a exacerbação do nosso orgulho e do nosso egoísmo, da nossa autoridade, da importância que damos a nós mesmos, de acharmos que tudo conspira contra nós, que todos querem nos prejudicar, que existem barreiras intransponíveis, que tudo deve ser realizado da maneira que eu penso ser a correta (existe uma infinidade de maneiras corretas de se fazer a mesma coisa); aprendamos a dar a importância devida às coisas da matéria e do espírito e comecemos a pensar nos reais objetivos dessa existência.
Opiniões contrárias às nossas, situações difíceis que encaramos na vida pessoal e profissional, doenças e desilusões são, em sua essência, todas, oportunidades de aprendizado.
Não, você não vai se deparar aqui com pulos do gato dados por um especialista de auto-ajuda no sentido de como investir bem o seu dinheiro, de como ter sucesso em sua carreira, de como ter êxito em seus relacionamentos profissionais.
Tenho plena consciência do quanto é difícil despirmos o nosso orgulho e o nosso egoísmo e aceitarmos essa simples realidade: aprendamos a amar!
Estou falando do verdadeiro amor, não esse amor vulgar que assistimos nas telinhas e nos telões e que vivenciamos nas baladas noturnas.
Estou falando daquela forma de amar nos ensinada e deixada por Jesus.
O verdadeiro amor.
Estou convicto que a prática do amor em sua essência vai acabar por gerar, como consequência, e não como prêmio, o sucesso que você tanto procura nas diversas facetas da vida.
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