Não são poucos os exemplos que vivenciamos no cotidiano onde uma palavra mal colocada, no momento errado, de forma inadequada etc, parece despertar um "tsuname" que estava adormecido.
Quantos desentendimentos, quanto desgaste, quantos conflitos surgem, tendo como origem um processo de comunicação falho?
Famílias destruídas, amizades desfeitas, Intrigas, ofensas, trocas de acusações, brigas e até crimes são cometidos tendo como "pano de fundo" uma má interpretação da palavra.
Mas se a mensagem chega "torta", a forma como reagimos a ela ainda está sob o nosso comando.
Quantas vezes não somos nós mesmos os responsáveis por agravar algo que poderia ser resolvido de uma forma mais simples, mais tranquila, com mais equilíbrio, sem tantos desgastes?
Nos ensina uma passagem muito interessante do Evangelho:
"Quem sabe se, mergulhando em vós mesmos, não descobrireis que fostes o agressor?
Quem sabe se, nessa luta que começa por um simples aborrecimento e acaba pela desavença, não fostes vós a dar o primeiro golpe?
Se não vos escapou uma palavra ferina?
Se usaste de toda a moderação necessária?
Sem dúvida o vosso adversário está errado ao se mostrar tão suscetível, mas essa é ainda uma razão para serdes indulgentes, e para não merecer ele a vossa reprovação.
Admitamos que fosseis realmente o ofendido, em certa circunstância.
Quem sabe se não envenenastes o caso com represálias, fazendo degenerar numa disputa grave aquilo que facilmente poderia cair no esquecimento?
Se dependeu de vós impedir as conseqüências, e não o fizestes, sois realmente culpado.
Me parece no entanto, que, infelizmente, não conseguimos domar o nosso orgulho e o nosso egoísmo, pais de todos os nossos males.
Impossível não lembrar da passagem do Evangelho onde Cristo nos ensina a perdoar 70 vezes 7!
Quantas vezes perdoarei ao meu irmão?
Perdoá-lo-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete.
Eis um desses ensinos de Jesus que devem calar em vossa inteligência e falar bem alto ao vosso coração.
Comparai essas palavras misericordiosas com a oração tão simples, tão resumida, e ao mesmo tempo tão grande nas suas aspirações, que Jesus ensinou aos discípulos, e encontrareis sempre o mesmo pensamento.
Jesus, o justo por excelência, responde a Pedro: Perdoarás, mas sem limites; perdoarás cada ofensa, tantas vezes quantas ela vos for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que nos torna invulneráveis às agressões, aos maus tratos e às injúrias, serás doce e humilde de coração, não medindo jamais a mansuetude; e farás, enfim, para os outros, o que desejas que o Pai celeste faça por ti.
Não tem Ele de te perdoar sempre, e acaso conta o número de vezes que o seu perdão vem apagar as tuas faltas?
Impossível não lembrar da fórmula matemática F + R = RE, onde F fato, R reação e RE resultado.
Em suma não temos como evitar os "Fatos"; eles vão ocorrendo em nossa vida, parte significativa das vezes, independentemente da nossa vontade.
Mas o R eu posso controlar; ou seja, a forma como eu reajo ao fatos deve ou pelo menos deveria estar sob o nosso controle.
E a forma como agimos afeta diretamente o resultado (RE).
E como deveria ser a nossa Reação?
Recorro, por fim, mais uma vez ao Evangelho:
"Espíritas, não vos olvideis de que, tanto em palavras como em atos, o perdão das injúrias nunca deve reduzir-se a uma expressão vazia.
Se vos dizeis espíritas, sede-o de fato: esquecei o mal que vos tenham feito, e pensai apenas numa coisa: no bem que possais fazer."
Nenhum comentário:
Postar um comentário